Currais

Vinho Licoroso seco "Lajido"

Resulta de uvas das castas tradicionais : Arinto, Verdelho e Terrantez, com uma graduação na ordem dos 14 -15 graus de álcool provável.

O mosto, resultante da prensagem automática, fermenta em cascos de carvalho americano, o que, dado o teor de açúcar no mosto, pode durar mais de um mês e é efectuado pelas leveduras indígenas da região e não comerciais.

Concluída a fermentação, o vinho é trasfegado para outro casco e, caso necessário, fortificado com aguardente vínica até aos 16 % álcool, a que normalmente não se recorre, dado que o vinho, só por si, atinge tal graduação.

Após 3 anos de envelhecimento mínimo, procede-se ao seu engarrafamento, a que segue um estágio mínimo de um ano, até á sua comercialização.

Excelente acompanhante:

  • como aperitivo, acompanhando acepipes salgados ou picantes e com pratos leves.
  • como bebida principal, com peixes fortes e carnes condimentadas.
  • como digestivo, com queijos ou outras sobremesas fortes e não doces.

De aspecto límpido, cor amarelo-dourada, espuma branca fugaz e muita lágrima. Aroma intenso, persistente, vinoso e complexo, a lembrar especiarias orientais e frutos secos. Na boca é seco, viril, quente. Equilibrado na acidez, encorpado e aroma de boca elegante.

Normalmente, a primeira reacção do consumidor ao contacto gustativo é de alguma estranheza, dada a sua secura efectiva ( teor em açúcar residual inferior a 5 gr/l ), realçando o carácter algo agressivo do álcool. Este perfil enquadra-o na pequena lista de cerca de uma dezena de licorosos secos existentes a nível mundial.

Características Técnicas:

  • Teor alcoólico : 17 % ( v/v )
  • Acidez fixa : 6,07 ( g/l exp. ác. tartárico ), valor médio
  • Extracto seco : 34,6 ( g/l ), valor médio
  • pH : 3,22 ( g/l ), valor médio
  • Açucares redutores : < 5 g/l

Aprecio-o ligeiramente fresco, 8-10 º C, após abertura da garrafa com 10-15 minutos de antecedência.

Um vinho desta categoria não foi criado para bebedores, mas sim para entendidos e, como tal, terá a sua perenidade assegurada, porque a raridade não tem preço.

Produzi-lo, constitui um desafio, mas com ufania.

Saboreá-lo, é sempre um privilégio.

Servi-lo, exige requinte.

Guardá-lo, um tesouro

Tomás Garcia Duarte Júnior